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NOTA DE REPÚDIO AO RETORNO ÀS AULAS E AO TRABALHO PRESENCIAIS NA UFPB

Diante da apresentação de “Cronograma de retorno das aulas presenciais”, proposto pela Comissão de Biossegurança, designada pelo “reitor” interventor da UFPB, Valdiney Gouveia; das desmedidas palavras proferidas em entrevista pela “vice-reitora” interventora da UFPB, Liana Filgueira, no sentido de que a Reitoria está se preparando para o retorno às atividades presenciais na instituição, e principalmente, pela portaria publicada nesta terça-feira, determinando o retorno das atividades presenciais para os técnico-administrativos, o SINTESPB vem a público registrar seu mais veemente repúdio com o descaso com a vida e com a saúde dos profissionais docentes, técnico-administrativos e com os alunos desta Universidade.

É de se manifestar grande preocupação com o estado atual do enfrentamento à emergência em saúde causada pelo Coronavírus no Estado da Paraíba. Isso porque, ao contrário do que parecem propor os interventores, alinhados em absoluto com a necropolítica levada a efeito pelo governo federal, mais de 150 mil paraibanos contraíram a doença, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde.

Num momento em que a Paraíba registra, diariamente, cerca de 700 novos casos de Covid-19, com taxa de ocupação de leitos de UTI para pessoas adultas girando em torno de 65% na Região metropolitana de João Pessoa, conforme boletins divulgados pelas autoridades responsáveis à imprensa, levando em consideração ainda a carência de leitos e UTIs existentes na maioria dos municípios do Estado, a irresponsabilidade desta Reitoria diante do número de mortos explicita que não há o menor compromisso desta gestão com a comunidade universitária, nem tampouco com a saúde pública da população paraibana.

A UFPB é um ambiente onde circulam milhares de pessoas, diariamente, oportunidade em que encontros profissionais ou acadêmicos e outras formas de aglomeração podem custar a vida de trabalhadores, de alunos da instituição ou de seus familiares.

A universidade é o espaço destinado à produção do conhecimento crítico e à defesa da ciência. Não deve refletir o negacionismo que vem de cima.

Nesse ponto, tornamos a registrar a relevância de uma Reitoria que conte com legitimidade democrática para atuar de forma responsável na condução dos destinos da comunidade universitária. Sem voto, atuando como ‘longa manus’ da Presidência da República, essa gestão universitária tende ao alinhamento irrefletido com a cúpula da União, ainda que se distancie das recomendações da OMS, das instituições médicas, do bem-estar dos trabalhadores da educação pública e dos rumos administrativos mais consentâneos com a vida e a dignidade.

O caminho para a volta à normalidade não é o caminho do autoritarismo e do negacionismo, mas sim o da racionalidade e da atenção às medidas sanitárias e da vacinação em massa, ou seja, da adesão a um regime de segurança sanitária.

Impor o retorno à vida cotidiana e às aulas presenciais por força arbitrária do gestor é tornar o processo mais moroso e mais mortífero.

O SINTESPB atuará de forma firme na defesa do direito à saúde dos servidores técnico-administrativos da UFPB e da manutenção de processos democráticos nas relações entre a Universidade e todos os trabalhadores da instituição.

A DIRETORIA

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