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Comunidade da UFPB vai às ruas contra nomeação de interventor

Com leveza, animação e espírito de resistência, os três segmentos que formam a comunidade universitária da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foram às ruas no final da tarde desta quarta-feira (18) demonstrar sua revolta contra a nomeação do último colocado na consulta eleitoral para reitor da UFPB. Eles foram convocados pelo Comitê de Mobilização pela Autonomia da UFPB, que unifica os sindicatos que representam os servidores da instituição (Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba-Sintespb e Associação dos Docentes da UFPB-Adufpb), e movimentos estudantis, a exemplo do Levante Popular da Juventude e do Movimento Correnteza, além de outros coletivos organizados dentro da instituição universitária. A manifestação conseguiu despertar a atenção das pessoas e mobilizar muita gente que saiu de casa para também se posicionar em defesa da universidade e contra a nomeação do reitor menos votado da lista tríplice. 

A manifestação teve início às 16h na Praça da Paz, no bairro dos Bancários, e reuniu professores, servidores técnico-administrativos, alunos, sindicalistas e populares. Fizeram uso da palavra, no ato público, o presidente da Adufpb, Fernando Cunha, a presidente do Sintespb, Geralda Vitor, o representante do Levante da Juventude, o estudante Ciro Calab, a deputada estadual e professora da UFPB, Cida Ramos, a vice-reitora eleita, Mônica Nóbrega, e o secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-PB, Rômulo Xavier, que é também servidor técnico-administrativo da UFPB. Todos demonstraram sua revolta contra  o desrespeito do Governo Federal ao nomear para reitor da UFPB o candidato que não obteve o respaldo da comunidade universitária nas urnas e nem junto aos Conselhos Superiores.

Após o ato público, os manifestantes saíram em caminhada pela rua principal do Conjunto dos Bancários, que dá acesso à universidade, em direção à Reitoria da UFPB, onde estão acampados desde da posse do escolhido por Bolsonaro vários estudantes. No trajeto, representantes de várias entidades sindicais e movimentos sociais, a exemplo do coordenador geral da Fasubra e também diretor do Sintespb, Marcelino Rodrigues e o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Tião Santos, que em seu discurso, manifestaram que a luta em defesa da autonomia universitária e da posse da reitora mais votada não era uma questão só dos que fazem a UFPB, mas de toda a sociedade paraibana e que estariam até o fim junto àqueles que defendem a democracia.

O ponto alto da caminhada foi a realização, de forma pacífica, de uma espécie de ‘escracho’, em frente ao condomínio onde reside o reitor Valdiney Gouveia. Os manifestantes pararam a caminhada e deram seu recado com músicas e palavras de ordem, depois prosseguiram, recebendo no percurso, a solidariedade de várias pessoas que passavam pela avenida em seus carros e motos, através de gestos de apoio.

A manifestação terminou já à noite em frente à Reitoria com uma apresentação cultural para animar os estudantes e fortalecer o movimento de ocupação, que está acontecendo em frente ao hall da Reitoria. Os integrantes do movimento disseram que só sairão de lá junto com o interventor Valdiney e com a posse da reitora eleita, Terezinha Domiciano. 

As atividades desta quarta-feira também marcaram o encerramento da paralisação deflagrada pelos docentes e nesta quinta-feira será realizada uma nova assembleia para avaliação do dia. A Adufpb já foi comunicada que se não houver reposição das aulas pelo dia de hoje, haverá desconto nos contracheques.

A presidente do Sintespb, Geralda Vitor, disse que o reitor imposto já começa a colocar as unhas de fora e mostrar a que veio, ou seja, perseguir os servidores da UFPB. 

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